Este realmente é um tema que, para explica-lo por completo, é preciso destrincha-lo por completo, por mais que seja apenas de uma forma superficial. Em meu primeiro post me preocupei em traçar a genealogia do Rockabilly, remontando até os anos 20... Sem falar nos primeiros grandes nomes que o emplacaram com o estilo musical durante a década de 50. Hoje será a vez de falar daqueles que o imortalizaram, o verdadeiro panteão dos deuses, não só do Rockabilly, mas do próprio Rock and Roll!
Buddy Holly - a força criativa

Seus trabalhos e inovações inspiraram e influenciaram tanto seus contemporâneos quanto futuros músicos, notavelmente The Beatles, The Rolling Stones, Eric Clapton, Don McLean e Bob Dylan, exercendo uma contribuição significante na música pop.
Holly nasceu em Lubbock, Texas, Estados Unidos. Os Holleys eram uma família de músicos e cedo Buddy aprendeu a tocar violino, piano e guitarra. Ainda adolescente, já tocava como profissional num duo de música country. A sua grande oportunidade surgiu quando fez a abertura de um concerto de Bill Haley and The Comets num espectáculo local. Assinou contrato pela Decca Records para uma gravação a solo, mas o seu sucesso prematuro iludiu-o.
De volta a Lubbock, Holly formou a sua própria banda, The Crickets, e começou a gravar discos no estúdio do produtor Norman Petty em Clovis, Novo México. Entre as músicas que gravou, encontrava-se "That'll Be The Day", no qual foi buscar o título em uma frase que o ator John Wayne repetia ao longo do filme The Searchers. Norman tinha conhecimentos da indústria musical, e como acreditava que "That'll Be The Day" seria um grande sucesso, fez contactos com editoras. A Coral Records, subsidiária da Decca na época, contratou Buddy e os Crickets, pondo-o na caricata situação de ter dois contratos ao mesmo tempo.
A música de Holly era sofisticada para seu dias, incluindo o uso de novos instrumentos (para o rock and roll). Holly era um bom guitarrista rítmico, notável em músicas como "Peggy Sue" e "Not Fade Away". Holly podia fazer músicas do tipo garoto-ama-garota como o melhor de seus contemporâneos, outras músicas tinham letras mais sofisticadas, harmonias e melodias muito bem trabalhadas e complexas, que nunca foram mostradas no genêro.
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O acidente que vitimou fatalmente o piloto, Buddy Holly, RichieValens e J. P. Richardson |
Depois do lançamento de muitas músicas de sucesso, em março de 1958, ele e os Crickets fizeram uma turnê pela Inglaterra. Na audiência, havia dois adolescentes que futuramente entrariam para a história do rock. Um deles era um jovem chamado Paul McCartney, que depois citou Holly como uma de suas principais influências (o nome da sua banda The Beatles, foi escolhida boa parte, em função do nome da banda de Holly, The Crickets). O outro era Mick Jagger que também recebeu forte influência musical de Holly, tanto que um dos primeiros sucessos de sua banda, os Rolling Stones, foi uma versão de "Not Fade Away", e até hoje eles a tocam em suas apresentações. O estilo pessoal de Holly, mais controlado e cerebral que Elvis Presley, e mais jovial e inovador que os astros western de sua época, teve uma influência na cultura jovem nos dois lados do atlântico por décadas, refletindo particulamente na música new wave, movimento de artistas como Elvis Costello e Marshall Crenshaw, e também em bandas anteriores, como The Byrds e The Turtles.
Depois de uma performance no dia 2 de fevereiro no Surf Ballroom em Clear Lake, Iowa, o pequeno avião Beechcraft Bonanza, no qual viajava com mais 2 passageiros, caiu no milharal de Albet Juhl, algumas milhas depois, às 1:05 da manhã. A queda matou Holly, Valens, Richardson e o piloto Roger Peterson. Esse evento inspirou o cantor Don McLean a criar uma popular música de 1971, chamada "American Pie", e imortalizou o dia 3 de fevereiro como "o dia em que a música morreu".
Buddy Holly é considerado um dos fundadores do rock'n'roll e um de seus músicos mais influentes. Embora sua carreira tenha terminado tão cedo, o trabalho deixado por ele é considerado um dos melhores da história do rock e sua música influenciaria não apenas seus contemporâneos, mas também à direção futura que a música tomaria.
Jerry Lee Lewis - a força explosiva
Deixando a música religiosa para trás, ele tornou-se parte do recém-surgido movimento rock and roll, lançando sua primeira gravação em 1954. Lewis desenvolveu um som misto de rhythm and blues, boogie-woogie, gospel e country. Dois anos depois, no estúdio da Sun Records em Memphis, Tennessee, o produtor e engenheiro-de-som Jack Clement gravou com Lewis pelo selo enquanto seu dono, Sam Phillips, viajava para a Flórida. Como consequência, Lewis juntou-se a Elvis Presley, Roy Orbison, Carl Perkins e Johnny Cash na lista de astros que começaram sua carreira no Sun Studios na mesma época.

Suas performances no palco não ficava atrás de nenhum outro artista, ele não se sentia "engessado" por ter que ficar sentado tocando piano. Ele chutava o banquinho do piano da sua frente para poder tocar de pé, deslizava e batia suas mãos pelas teclas, subia no piano, pisava nas teclas e até mesmo sentava em cima delas. Chegou a botar fogo em um piano, jogando fluido de isqueiro dentro da cauda do mesmo, somente por ter de deixar Chuck Berry encerrar o show; fato que ele não aceitava.
A turbulenta vida pessoal de Lewis era mantida em segredo do público até que, durante uma turnê britânica em 1958, a imprensa descobriu que a esposa do astro (então com 23 anos) era Myra Gale Brown, sua prima de segundo grau, de apenas 13 anos. A situação provocou um escândalo público e a turnê foi cancelada depois de apenas três shows.

Apesar de seus problemas pessoais, seu talento musical nunca foi questionado. Apelidado The Killer (O Matador) por sua voz poderosa e sua técnica ao piano, ele foi descrito por seu colega Roy Orbison como o melhor artista cru da história da música rock. Em 1986 Jerry Lee Lewis foi incluído na primeira leva de artistas a serem homenageados no Hall da Fama do Rock and Roll. Lewis nunca deixou de fazer turnês, e os fãs que o viram se apresentar dizem que ele ainda consegue fazer um show único, sempre imprevisível, empolgante e pessoal. Depois de anos sem gravar nada, Lewis lançou um novo álbum em 2006 chamado "Last Man Standing" (último homem em pé). O álbum teve um grande sucesso de público e de crítica, sendo considerado por muitos como um dos melhores álbuns da carreira de Lewis.
Pois é... Mais uma vez me empolguei e o resultado disso??? Não consegui terminar este post! Mas não tem problema... Esse assunto é tão gostoso e divertido que com muito gosto colocarei em breve a sequência com os demais fundadores de nosso tão amado estilo musical!
Fonte das bios: Wikipedia americana
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